VII Seminário

VII Seminário Arte, Cultura e Fotografia: o permanente, o volátil

2012



Organização: Grupo de Estudos do Centro de Pesquisa em Arte e Fotografia do Departamento de Artes Plásticas da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo

Coordenador: Prof. Dr. Domingos Tadeu Chiarelli

Data: de 05 a 09 de novembro de 2012
Horário: 15:30h às 20h00
Local: Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo





Horário
Dia 5
Segunda-feira
Dia 6
Terça-feira
Dia 7
Quarta-feira
Dia 8
Quinta-feira
Dia 9
Sexta-feira
15h30
às
17h30
Mesa 1
Mirian Seraphim
Mesa 1
Thiago Gil Virava
Mesa 1
Cláudia Leão
Mesa 1
Mariana Bernd
Mesa 1
Luciano B. Costa
Mesa 2
Amélia Siegel Corrêa
Mesa 2
Ana Cândida F. Avelar Fernandes
Mesa 2
Roberta Dabdab
Mesa 2
Andreas Valentin
Mesa 2
Regina Maurício da Rocha
17h30
às
18h00
Intervalo
18h00
às
20h00
Palestra
Tomás Ezequiel Bondone
Depoimento
Mauro Restiffe
Palestra
Norval Baitello Jr.
Depoimento
Emmanuel Nassar
Palestra
Ibis Abascal
Crítico
Heloísa Espada
Crítico
Tadeu Chiarelli




Dia 5 – Segunda-feira – 15h30 às 17h30

O uso da fotografia na criação e no estudo da obra de Visconti

Mirian Seraphim


Em 1924, Eliseu Visconti(1866-1944) realizou os retratos de dois dos ex-presidentes da Associação Comercial de Santos/SP (o 6° e o 9°), para o salão principal da sua nova sede. Visconti teve o cuidado de inscrever sobre seus retratos: “D’Aprés – Photographia”. Esse registro é um depoimento material, deixado pelo próprio pintor, do uso que ele fazia da fotografia, para a criação de algumas de suas obras. Nos arquivos da família, encontram-se ainda várias fotos que nos remetem claramente a determinadas pinturas, como no interessante caso de Volta às trincheiras, na qual está representado um soldado que se despede de uma jovem, com um uniforme idêntico ao que pode ser visto em uma foto de época. Além de fotografias de políticos contemporâneos, representados em grandes quadros encomendados, foram encontradas também fotos de mobiliário ou recantos de paisagens que aparecem em suas composições. Também há o registro fotográfico do próprio Visconti com uma câmera nas mãos, o que demonstra o seu interesse também em conseguir ele próprio os instantâneos que usaria. Além disso, a comunicação versará sobre o papel da fotografia como auxiliar na difícil e perigosa tarefa de autenticar pinturas atribuídas ao mestre, que surgem no mercado de arte ou em coleções particulares.


Mirian Seraphim - Doutora (2010) e mestre (2003) em História da Arte pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Professora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso (IFMT). Colaboradora do Projeto Eliseu Visconti, é autora do livro Eros adolescente: No verão de Eliseu Visconti (Campinas/SP: Autores Associados LTDA, 2008).


A fotografia na trajetória e na pintura de Alfredo Ansersen: fontes, usos e funções

Amélia Siegel Corrêa


Pretendo abordar alguns aspectos da presença da fotografia na trajetória e na obra do pintor norueguês radicado no Paraná, Alfredo Andersen (1860-1935). Em primeiro lugar, o acervo fotográfico deixado pelo pintor se mostrou um fecundo material para re-compor a sua trajetoria social, mostrando-se uma fonte importante de significados. Num segundo momento, mostrarei como Andersen viabilizou a sua inserção no incipiente campo artístico paranaense a partir da retratística, que tinha com frequencia a fotografia como base, mas também pela relação de trocas e de amizade com os fotografos locais. A relação da pintura com a fotografia também sem faz ver em algumas paisagens, comprovando que mais do que concorrentes, a fotografia foi uma aliada de muitos pintores brasileiros do início do seculo XX.


Amélia Siegel Corrêa - Doutoranda em Sociologia na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas pela Universidade de São Paulo (FFLCH-USP). Mestre em Sociologia pela Universidade Federal do Paraná (2006), graduada em Ciências Sociais pela UFPR (2002). Diretora do Atelier de Arte do Museu Alfredo Andersen.


18h00 às 20h00

Conferência de Tomás Ezequiel Bondone


Tomás Ezequiel BondoneProfessor Titular de História da Arte na Escola Superior de Belas Artes Dr. José Figueroa Alcorta, (instituição fundada por Emilio Caraffa, em 1896). Estudou Museologia no Instituto Superior de Formação Docente e Técnica Nº 8, da cidade de La Plata, e Arquivologia, na Universidade Nacional de Córdoba. Membro do ICOM (Conselho Internacional de Museus) e do CAIA (Centro Argentino de Investigadores de Arte). Foi bolsista da Fundação Antorchas, da AECID (Agencia Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento), do Ministério da Cultura da Espanha e da Secretaria de Cultura da Nação (Argentina). No ano de 2008 publica seu livro Caraffa (Ediciones Museo Caraffa) após anos de pesquisa sobre a obra do artista. Realizou projetos curatoriais para diversas instituições tais como: Fundação OSDE; Museu Emilio Caraffa; Museu Nacional Estancia Jesuítica de Alta Gracia – Casa del Virrey Liniers; Fundação Benito Roggio; Fundação YPF; Centro Cultural Recoleta; Itaú Cultural e Centro Cultural Espanha-Córdoba (CCEC). Diretor do Museu de Belas Artes Evita – Palacio Ferreyra. Em 2011 recebe o título de Mestre em administração, legislação e conservação do patrimônio cultural material, outorgado pela Universidade Nacional de Córdoba.



Dia 6 – Terça-feira – 15h30 às 17h30

O corpo entre dois sistemas de figuração. O surrealismo de Ismael Nery e Flávio de Carvalho

Thiago Gil Virava


Em 1944, refletindo sobre a situação da arte naquele momento, o poeta surrealista André Breton percebia uma polarização dos debates sobre pintura entre o que chamava de "dois sistemas de figuração": o primeiro procurava manter, mesmo que de forma oblíqua ou alterada, um contato com o "mundo exterior" e sua representação no espaço do quadro; o segundo, rompia decididamente com essa postura, exingindo do quadro que extraísse suas virtudes de seus próprios elementos constitutivos. Para Breton, ambos seriam tendências expressivas complementares, que conviveram durante os mais de vinte anos da trajetória surrealista nas artes visuais. Tomando essa proposição de Breton como ponto de referência, a comunicação pretende avaliar como um conjunto de obras dos artistas brasileiros Ismael Nery e Flávio de Carvalho dialoga de maneira original com ambos "sistemas de figuração" surrealista. Um diálogo mediado sobretudo pela exploração das possibilidades de representação do corpo humano.


Thiago Gil Virava. Graduado em Artes Plásticas pela ECA-USP. Participa desde 2007 do Grupo de Estudos em Arte&Fotografia na mesma instituição. Em 2008, fez parte da equipe de pesquisadores da 28ª Bienal de São Paulo. Organizou, entre novembro de 2011 e março de 2012, o Ciclo de Encontros História(s) da Arte no Brasil, na Biblioteca Mário de Andrade. Atualmente, desenvolve pesquisa de mestrado junto ao Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da ECA-USP, sobre a percepção do movimento surrealista no Brasil entre as décadas de 1920 e 1940.


Deformação expressiva e abstração informal: a "arte brasileira" de Lourival Gomes Machado

Ana Cândida F. de Avelar Fernandes


Lourival Gomes Machado foi professor de Política e História da Arte da Universidade de São Paulo, durante os anos 1950, quando também dirigiu o Museu de Arte Moderna de São Paulo e as 1a e 5a Bienais patrocinadas pela instituição, além de atuar como crítico dos jornais O Estado de S. Paulo e Folha da Noite e das revistas Clima, < em>Acrópole e Habitat. Para ele, haveria uma arte brasileira autêntica, formada no século XVIII, sob o signo do barroco, e que se estenderia, até o início de 1960, à abstração informal, sendo que no século XIX a implantação da Academia de Belas Artes constituiria uma interrupção desse curso. Nos anos 1940, volta-se ao modernismo brasileiro, mas, entre 1950 e 1960, passa a entender a abstração informal como vertente mais significativa, tanto da produção brasileira como internacional. Em sua crítica, aquilo que antes apreciava na pintura figurativa de deformação expressiva passa a reconhecer na abstração informal. Sendo assim, a pintura brasileira é caracterizada por formas, e não assuntos, que dizem respeito à mentalidade local. Nesta comunicação pretende-se discutir a noção de arte brasileira de Gomes Machado a partir de sua crítica sobre a produção pictórica realizada no país, buscando investigar o pensamento desse cr ítico de prestígio hoje pouco conhecido devido à dispersão de sua crítica.


Ana Cândida F. de Avelar Fernandes - Doutoranda em Artes Visuais pela Escola de Comunicação e Artes Universidade de São Paulo (ECA-USP), mestre em Literatura Brasileira e bacharel em Letras Português pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da mesma universidade. Tem ministrado cursos sobre história e crítica de arte e ilustração de livros, no Museu Lasar Segall, Centro Cultural São Paulo, MASP e ECA/USP, entre outros. Integra o Centro de Pesquisa Arte & Fotografia do Departamento de Artes Plásticas da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo.


18h00 às20h00

Depoimento de Mauro Restiffe

Mauro Restiffe

Mauro Restiffe - São José do Rio Pardo, SP, 1970. Fotógrafo. Graduado em Cinema pela Faculdade de Comunicação da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), em São Paulo, em 1993, ano em que participa do 1º Mês Internacional da Fotografia, no Sesc Pompéia, em São Paulo. Em 1994, recebe o Prêmio Estímulo de Fotografia, concedido pela Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo. Estuda fotografia no International Center of Photography, em Nova York, entre 1994 e 1995. Contemplado, em 2000, com a bolsa ApARTES, concedida pelo Ministério da Cultura (MinC). Em 2001 recebe dois prêmios, ambos em Nova York: The Louis Comfort Tiffany Biennial Award e Rema Hort Mann Art Grant. Entre 2001 e 2003, estuda no departamento de artes da Universidade de Nova York. Em 2009 participa da exposição PhotoEspaña09, em Madri, Espanha. Em 2011 expõe em Ultrech, na Holanda, na mostra Spacecraft Icarus 13. Narratives of Progress from Elsewhere, Basis voor Actuele Kunst (BAK). No mesmo ano, apresenta exposição no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo – MAC/USP, e recebe o Prêmio BES, na Pinacoteca do Estado de São Paulo, Brasil; Museu Colecção Berardo, Lisboa, Portugal.


Comentário crítico

Heloísa Espada


Resumo: a comunicação versará sobre o trabalho fotográfico de Mauro Restiffe.


Heloísa Espada  Doutora (2011) e Mestre (2006) em História, Teoria e Crítica da Arte pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Graduada em Educação Artística (1997) pela Universidade do Estado de Santa Catarina. Coordenadora da área de artes visuais do Instituto Moreira Salles, onde desenvolve projetos curatoriais. De 2007 a 2008, pesquisadora do projeto Documents of 20th Century of Latin America and Latino Art, do International Center for the Arts of the Americas do Museum of Fine Arts, Houston, em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo. Integra o Centro de Pesquisa Arte & Fotografia do Departamento de Artes Plásticas da ECA/USP.


Dia 7 – Quarta-feira – 15h30 às17 h30

A imagem digital e as suas variantes

Cláudia Leão


Esta aprtesentação pretende traçar as relações vinculatórias entre a produção excessiva e seus portadores. Neste cenários apontamos duas naturezas de imagens com raiz informativa: as infoimagens circulatórias e as infoimagens cotidianas, como essa produção são alterados os modos de acesso, relação e vínculos com as imagens.


Cláudia Leão - Fotógrafa e pesquisadora. Professora da Faculdade de Artes Visuais da Universidade Federal do Pará (UFPa) e convidada no Senac/Moda, em São Paulo. Doutora em Comunicação e Semiótica, pela PUC/SP. Participou de diversas coletivas nacionais e internacionais, entre as quais Rumos Visuais, no Instituto Cultural Itaú e Visões e Alumbramentos Fotografia Contemporânea Brasileira na Coleção Joaquim Paiva. Tem trabalhos publicados nas obras Mapas Abiertos Fotografía Latinoamericana 1991-2002 e Fotografia no Brasil: um olhar das origens ao contemporâneo.


A maximização do mínimo: a fotografia esvaziada

Roberta Dabdab


A presente pesquisa tem como objeto a imagem digital e suas relações com a fotografia. Sua hipótese central é que as novas tecnologias da comunicação possibilitam um redimensionamento dos modos de se ver e interpretar as imagens, dado o caráter ambíguo, como mostra Flusser, do seu processo semiótico de "informar".  Parte-se do pressuposto de que a criação tecnológica, depende de uma cumplicidade com o aparelho e, nesse sentido, o seu interesse crítico deve estar na subversão e no embate com a máquina, possibilitando novas visualidades. Nessa perspectiva, elegemos como corpus de pesquisa o  conceito de "Esvaziamento" – procedimento em pós-produção nas imagens digitais, que sofrem a diminuição da sua carga informativa, explorando a redução do sistema e  da programação -- como proposta de desautomizar o olhar. Será apresentado um conjunto de imagens que a pesquisadora denomina de "Fotografia Esvaziada",um processo desenvolvido em pós-produção de se chegar ao vazio máximo possível  da matéria digital por meio da interferência  nos "pixels dimensions" das imagens no software Photoshop, que dialoga com os pressupostos teóricos da pesquisa e as transforma em imagens voláteis. A Fotografia Esvaziada  define-se como uma estética aliada ao pensamento da atualidade que pressupõe a leveza, o pequeno formato, a desconstrução, a desmaterialidade/ os pixels.


Roberta Dabdab - Fotógrafa e artista visual. Mestre em Comunicação e Semiótica na PUC-SP com a dissertação A Maximização do Mínimo: uma estética para tempos hipersaturados ou a Fotografia Esvaziada. Participa de diversas exposições individuais e coletivas entre as quais: Do Espaço Estilhaçado e O Corpo Transfigurado (2009), sob curadoria de Eder Chiodetto, no espaço Micasa, e Derivas (2005), na Galeria Vermelho, em São Paulo, ambas, mostras coletivas; a individual A Língua das Coisas (2006), na Pinacoteca do Estado de São Paulo, além de I carry your heart, I carry it in my heart (2008), uma investigação sobre o coração para a realização de um livro futuro , o projeto Através da Porta (2009), dentro do X-Moradias no SESC Consolação, desenvolvido juntamente com a artista e pesquisadora Giselle Beiguelman.


18h00 às 20h00

Valor de Exposição

Norval Baitello Jr.


Walter Benjamin escreveu sobre a passagem de um sistema de produção de imagens que ainda reivindicavam um estatuto de obra de arte, para uma época de supremacia do valor de exposição, o que hoje constatamos na exponibilidade inflacionada das imagens mediáticas. Portanto, já era possível identificar no início do século XX imagens nas quais o valor artístico desempenhava um papel de transição entre o valor de culto e o valor de exposição, este último muito mais imperativo nas imagens reprodutíveis tecnicamente e nas imagens mediáticas. Desse modo, o conceito de valor de exposição é central para a discussão da proliferação e consumo da imagem nos dias atuais.


Norval Baitello Jr. - Doutor em Comunicação pela Freie Universität Berlim, em 1987. Professor (quadro de carreira categoria titular) da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Desde 2007, é coordenador de área Comunicação e Ciências da Informação (CHS II) na Fapesp. Foi diretor da Faculdade de Comunicação e Filosofia da PUC-SP e professor convidado das universidades de Viena, Sevilha, S. Peterburg, Autônoma de Barcelona e Évora. É autor de diversos livros entre os quais: A Serpente, a maçã e o holograma (2010); La era de la iconofagia (Sevilha, 2008), Flussers Völlerei (Köln, 2007) e A era da iconofagia: ensaios de comunicação e cultura (São Paulo: Hacker, 2005).   Fundou e dirige o Centro Interdisciplinar de Pesquisas em Semiótica da Cultura e da Mídia (CISC).


Dia 8  – Quinta-feira – 15h30 às 17h30

Pinturas de Paisagem Amazônica e a Construção de um Imaginário da Cultura Popular

Mariana Bernd


A comunicação procura documentar e analisar as pinturas populares que representam a floresta amazônica, produzidas nos séculos xx e xxi, utilizadas na comunicação visual e na decoração dos interiores e das fachadas de estabelecimentos comerciais e residenciais, localizados no centro de Manaus, capital do Amazonas. É possível encontrar diversos significados nessas pinturas, que se destacam em meio à poluição visual e à agitação da cidade. Evocando reiteradamente o repertório imagético da Amazônia, misturam a mitologia local com ícones universais das cidades contemporâneas, além de incorporarem elementos da estética brega que impera na região Norte do país. As pinturas de paisagem amazônica – termo utilizado pelos próprios pintores para descrever seu ofício – provocam reflexões sobre a produção atual das artes gráficas populares brasileiras e, mais especificamente, sobre como essa expressão pictórica sobrevive e prolifera em Manaus.


Mariana BerndMestre em Design e Arquitetura pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo – FAU/USP, em 2011, com a dissertação Pinturas de paisagem amazônica e a construção de um imaginário da cultura popular. Graduada em Desenho Industrial/ Programação Visual, pela Universidade Mackenzie, 1996. Leciona História do Design Gráfico e Design Editorial, para a turma de 3º ano do curso de Publicidade e Marketing, na Faculdade de Campinas [FACAMP], desde 2005.


Registro e arte na fotografia amazônica de George Huebner.

Andreas Valentin


Fotógrafo, botânico e naturalista, George Huebner (Dresden, 1862-Manaus, 1935) estabeleceu-se em Manaus no final do século XIX. A partir de seu ateliê Photographia Allemã, realizoufotografias que retratamos processos da modernidade em Manaus e Belém, a sociedade da economia da borracha, a natureza amazônica, como também indígenas no campo e no estúdio. Como editor, Huebner produziu séries de cartões postais e álbuns fotográficos. Analisaremos aqui alguns aspectos de sua produção apontando para uma fotografia que, impregnada de valores humanísticos, situa-se na larga fronteira entre o registro e a arte.


Andreas ValentinFotógrafo e pesquisador, formado em História da Arte e Cinema (SwarthmoreCollege, EUA). Mestre em Ciência da Arte (UFF) e Doutor em História Social (UFRJ). É professor-adjunto de fotografia na UERJ. Coordena curso de pós-graduação em Fotografia no IUPERJ da Universidade Candido Mendes, do qual também é Coordenador de Ensino. Membro da Associação Brasileira de Antropologia, pela qual foi vencedor do Prêmio Pierre Verger de Fotografia (2004). É autor de três livros sobre o Festival de Parintins (1999, 2001 e 2005), o mercado SAARA no Rio de Janeiro (2010) e o fotógrafo alemão George Huebner (2012).


18h00 às 20h00

Depoimento de Emmanuel Nassar

Emmanuel Nassar


Emmanuel Nassar – Nasceu em Capanema, no Estado do Pará, em 1949. Graduado em Arquitetura pela Universidade Federal do Pará. Ao longo de sua carreira realizou diversas exposições individuais e coletivas, entres as quais Emmanuel Nassar a Óleo, na Galeria Milan, em São Paulo, em 2010, e Fachada Invertida, no Centro Universitário Maria Antonia, São Paulo, em 2009.  Participou de bienais como a Bienal de São Paulo, 20ª e 24ª edições, em 1989 e 1998, respectivamente, além da Bienal de Veneza, em 1993, na qual fez parte da representação brasileira. Em 2003/4 realizou a retrospectiva A Poesia da Gambiarra, com curadoria de Denise Mattar, nas seguintes cidades: Rio de Janeiro e Brasília, no Centro Cultural Banco do Brasil – CCBB; além de São Paulo, no Instituto Tomie Ohtake. Tem obras em diversos acervos públicos, entre os quais: Museu de Arte Moderna de São Paulo; Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro; Museu de Arte Contemporânea de Niterói; Museu do Estado do Pará, University Essex Museum, na Inglaterra.


Comentário Crítico

Tadeu Chiarelli


Resumo: a comunicação versará sobre o uso que o artista Emmanuel Nassar faz de fotografia em seu trabalho.


Tadeu ChiarelliPossui graduação em Educação Artística (1979), Mestrado (1989) e Doutorado (1996), pela Universidade de São Paulo. Prestou concurso para Livre-Docência, em 2005, e para Professor Titular, em 2010, também pela USP. Professor junto ao Departamento de Artes Plásticas, leciona na Graduação e Pós-Graduação. Orientador junto ao Programa de Pós-Graduação de Artes Visuais. Área de Concentração: Teoria, Ensino e Aprendizagem da Arte; Linha de Pesquisa: História, Crítica e Teoria da Arte. Atuação: História da Arte, Teoria da Arte, Crítica da Arte, Arte e Fotografia, Arte Brasileira Contemporânea. Entre 1996 e 2000 foi Curador-Chefe do Museu de Arte Moderna de São Paulo. Entre agosto de 2007 e maio de 2010 foi Chefe do Departamento de Artes Plásticas. Coordena o Centro de Estudos Arte&Fotografia e o Grupo de Estudos em Crítica de Arte e Curadoria, ambos no Departamento de Artes Plásticas da ECA-USP. Em abril de 2010 foi nomeado Diretor do Museu de Arte Contemporânea da USP. Tem livros publicados sobre Arte e Crítica de Arte no Brasil. Possui bolsa produtividade CNPq (Nível 2), desde 2009.


Dia 9 – Sexta-feira – 15h30 às 17h30

Fotografia e percepção na metrópole moderna e contemporânea

Luciano B. Costa


Essa comunicação aborda a relação fotografia / metrópole / percepção, tendo por objetivo pensar a potência crítica da fotografia orientada para a metrópole contemporânea. O entendimento desta ‘potência crítica’ no presente e como termo atuante na relação entre estes três elementos, parte do exame desta relação na metrópole moderna, tendo em vista ali terem-se criado seus fundamentos, referências e contrapontos, os quais, direta ou indiretamente, participam da produção contemporânea. A explicitação desta relação triádica é balizada pelas reflexões de Walter Benjamin acerca das metrópoles modernas, tendo como  elemento orientador a noção de imagem dialética, que será retrabalhada por George Didi-Huberman em sua concepção de imagem crítica. Assim, nesta comunicação, no que se refere à metrópole contemporânea, opera-se com esta concepção de imagem crítica como meio de reflexão e análise sobre a relação fotografia / metrópole / percepção, tendo como núcleo um conjunto de fotografias de Andreas Gurski e Michael Wesely. 


Luciano B. Costa – Doutor pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo – FAU/USP na área de Projeto, Espaço e Cultura. Mestre em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (2001), graduado em Ciências Sociais pela mesma universidade (1991). Professor do Instituto de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (IAU-USP) e da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-Minas).


Manhatta – a instauração do futuro

Regina Maurício da Rocha


Manhatta – a instauração do futuro

As fotografias de Nova York, realizadas por Paul Strand entre 1915 e 1916, bem como o filme Manhatta, de 1921, realizado em parceria com o fotógrafo Charles Sheeler, serão o tema central dessa fala. Em “Photography”, artigo publicado em 1917, Strand aproxima a inventividade de alguns fotógrafos, “que sentiram a necessidade de desenvolver uma nova forma”, à dos arquitetos, criadores dos arranha-céus.

Regina Maurício da Rocha - graduada em Arquitetura, pela FAU MACK, em  1983 e mestre em Filosofia pela FFLCH USP, em 1997. Foi professora de História da Arte na Faculdade de Fotografia do Centro de Comunicação e Artes SENAC, entre 1999 e 2002. Atualmente, participa – como pesquisadora convidada – do curso de pós-graduação, intitulado Discursos do Ensaio Fotográfico, na ECA USP, ministrado pelo prof. dr. João Musa.



18h00 às 20h00

Conferência de Ibis Abascal


Ibis Hernández Abascal – Fez parte da equipe de curadores da Bienal de Havana (em 2010). Pesquisadora do Centro Wifredo Lam. Tem graduação em História da Arte pela Faculdade de Artes e Letras da Universidade de Havana, em Cuba. Fez parte da equipe de fundadores do Centro de Arte Contemporânea Wifredo Lam, instituição onde trabalha desde 1985. Foi curadora de várias exposições de arte cubana e latino-americanas, exibidas tanto em Cuba como no exterior. Integrou durante as Segunda, Terceira e Quarta Bienais de Havana a comissão de controle e recepção de obras e foi co-curadora da Quinta à Décima Primeira edições, como integrante da equipe de especialistas do Departamento de Investigação e Curadoria do mencionado Centro. É colaboradora em diversas publicações especializadas em artes visuais e cultura, tais como: Arte Cubano, Inter Art Actuel (Canadá), Atlantica Internacional (Espanha), Artefacto (Nicarágua), Chasqui (Alemanha) entre outras; tem ainda proferido conferências em diversas instituições culturais e universidades do México, Colômbia, Brasil, Equador, Nicarágua e Martinica. Obteve o Prêmio Nacional de Curadoria, outorgado ao coletivo de curadores do Centro de Arte Contemporânea Wifredo Lam, pelo conjunto do trabalho realizado entre 1989 e 2000, e menção especial (compartilhada) em 2011. É membro da Seção de Crítica de Arte da UNEAC (União de Escritores e Artistas Cubanos).